27/09/2010 16h45 - Atualizado em 27/09/2010 18h06
Expectativa é que transplantes de órgãos cresçam 20%.
Em 2009 foram realizadas mais de 20 mil cirurgias do tipo no Brasil.
Em 2009 foram realizadas mais de 20 mil cirurgias do tipo no Brasil.
Do G1, em Brasília
O Ministério da Saúde assinou nesta segunda-feira (27), Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, portarias que preveem investimentos de R$ 76 milhões no setor de transplante de órgãos no Brasil.
Entre as medidas anunciadas, o governo pretende criar 80 novos leitos para transplante de medula óssea, implementar centros para transplante de córnea, ossos e pele, além de direcionar investimentos na capacitação de profissionais do setor.
Também foi lançada uma campanha para estimular a sociedade a discutir a importância da doação de órgãos e para que as pessoas informem às suas famílias seu desejo de doar órgãos.
Com isso, o ministério espera um aumento de 20% na quantidade de transplantes realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O SUS atende aproximadamente 95% dessas cirurgias no país. “O sistema não financia apenas o ato do transplante em si, vai desde o exame até o atendimento após a operação”, afirmou Marcia Bassit, ministra interina da Saúde.
Ela avaliou que há ainda alguns desafios a superar: “Por exemplo, garantir a igualdade no acesso aos transplantes e a redução na fila de espera e melhorar a qualidade dos atendimentos.” A ministra lembrou que aproximadamente 60 mil brasileiros aguardam na fila por transplantes.
O secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, alertou para dois outros problemas: uma em cada 4 famílias não autorizam a doação de órgãos e metade dos óbitos causados por morte cerebral não são comunicados pelos médicos para que se possa providenciar a doação dos órgãos. Segundo o ministério, o investimento na capacitação de profissionais do setor resultará na melhora desses dados.
Beltrame também explicou que a fila de espera tende a diminuir no próximos anos. “Isso é em todo o mundo. A tendência é o número de transplantes crescer mais que as filas”, afirmou. A explicação é a maior expectativa de vida, o diagnóstico mais rápido e os investimentos na área.
Questionado sobre o tempo médio de espera por um órgão no Brasil, o secretário disse que o tempo depende principalmente de dois fatores: a região do país e o órgão necessitado. “Por exemplo, em São Paulo, a espera por córneas é praticamente zero."
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